sábado, 28 de novembro de 2015

Um ano sem o Chaves

Ator que deu vida ao personagem Chaves é um

dos grandes nomes da televisão no mundo

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27/11/2015 ÀS 19:33 PM




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A geração que nasceu nos anos 90 acompanhou de 
perto o momento áureo da televisão. O processo 
que começou algumas décadas atrás parece ter 
explodido justamente nesse momento, fato que transformou
 a TV em um referencial nostálgico. É natural que 
às recordações se voltem para determinado 
programa infantil ou momento histórico que fora
 veiculado pela mídia. No Brasil, uma determinada 
vila e seus moradores se tornaram quase um símbolo
 de programa infantil. O programa Chaves é considerado
 até os dias atuais como uma referência de humor leve e
 democrático, pois é gostoso de se ver em qualquer idade. Hoje, no
 aniversário de um ano da morte do criador do show e quem 
deu vida ao personagem principal, Roberto Bolaños, lembramos 
alguns fatos que cercam o programa.
Bolaños nasceu no dia 21 de fevereiro de 1929 na Cidade do México.
 Se formou em engenharia elétrica, mas nunca chegou a trabalhar na área. 
Logo após terminar o curso, Bolaños começou a trabalhar com escrita 
criativa, desenvolvendo roteiros para o programa da dupla Viruta e 
Capulina. O apelido Chespirito foi concedido por Agustín P. 
Delgado que considerava o ator um William Shakspeares da 
atualidade (Chesperito é Shakespeare no diminutivo em espanhol).
 Esses e outros motivos compravam o talento criativo de Bolaños 
e também a personalidade específica e caracta de cada 
um dos seus personagens. Além do Chaves, o ator também
 interpretou Chompiras, Dr. Chapatin, Vicente Chambon e Chaparrón 
Bonaparte, porém obteve destaque com o primeiro.
Chaparrón Bonaparte
Chaves é um órfão de aproximadamente oito anos de idade e também 
a principal estrela do programa que no México era chamado de “El Chavo
 del Ocho” (em alguns episódios o garoto afirma morar na casa de número
 oito na vila, apesar de estar sempre dentro de um barril no pátio). Na
 história, Chaves é extremamente pobre, vivendo apenas de doces e 
comidas que furta ou ganha dos outros moradores da vila. Seus
 brinquedos também são emprestados ou feitos de sucatas que o 
garoto encontra. Em muitos episódios a pobreza do personagem 
principal serve de ganjo para tratar questões sociais devido a posição
 de repulsa dos outros personagens. Ao mesmo tempo em que Chaves
 é querido por todos, em outros momentos ele apanha, é expulso ou
 castigado pelos demais moradores.
O personagem também é extremamente ingênuo, fato que serve de escada
 para inserir o lado cômico da história. A maioria dos problemas e situações
 exploradas no seriado tem relação com estes dois fatores: a distração do personagem
 e por ele estar sempre com fome. Os personagens mais velhos se relacionam com
 Chaves de maneira quase paterna, como é caso de Seu Madruga que, apesar de
 bater em na criança em todos os epsódios, é o que mais o auxilia.
Sucesso
A fama do grupo atingiu o Brasil, sendo que o programa do Chaves é um 
dos grandes fenômenos televisivos do nosso país. O programa era dirigido pelo
 ator principal e também criador da série, fato que rendeu diversos prêmios e fama 
internacional para ele. Os outros atores que participavam do seriado também 
conseguiram alavancar a carreira graças as esquetes apresentadas no programa 
do Chaves. O sucesso também gerou diversas desavenças entre os artistas. Boa 
parte deles rompeu com Bolaños por conta do seu gênero difícil e, depois de sua 
morte, alguns trocaram farpas em entrevistas. Abaixo alguma das declarações dos
 atores:
Florinda Meza – Dona Florinda
Após a morte de Bolaños, Florinda deu sua primeira entrevista para um programa 
brasileiro: o Programa do Ratinho. Ela desmentiu boatos de que não deixou o público
 visitar o túmulo do marido e revelou, em outra entrevista, que o ator sofria de Parkison
 tardio, fato que acelerou sua morte.
Maria Antonieta de las Nieves – Chiquinha
A atriz que interpretava a Chiquinha aproveitou a morte de Bolaños para fazer
 algumas fofocas sobre a viúva. Ela falou que Florinda havia se relacionado 
com Bolaños e Villagrán quando os dois ainda eram casados, mas pediu 
desculpas algum tempo depois. Quando questionada se queria ser amiga da
 viúva de Bolaños ela disse a seguinte frase: “Para quê? Se não quiseram me
 ver quando vivia com o marido, que era a única coisa que nos unida, muito
 menos agora?”
 Rubén Aguirre – Prof. Girafales
As discussões dos outros membros foi comentada por Rubén em uma 
entrevista a imprensa mexicana. Ele afirmou que eles “jogam esterco uns 
nos outros”. O ex-Professor Girafales também criticou Carlos Villagrán e 
Maria Antonieta por continuarem trabalhando como Quico e Chiquinha
 dizendo que  “sente pena”. Aos 81 anos, ele criticou a assossiação de atores 
do México que se recusavam a custear seus tratamentos médicos.
Carlos Villagrán – Quico
Com a morte do “Chaves”, os atores Carlos Villagrán e Florinda Meza se viram
 frente a frente após 35 anos sem se encontrarem. Os dois chegaram a namorar
 por um tempo, mas não se falavam desde 1978 quando Villagrán encerrou suas
 participações no seriado. Recentemente ele confirmoui que havia pedido Bolaños 
ajuda para “dar um fora” nela.
Edgar Vivar – Seu Barriga
Edgar Vivar, o Senhor Barriga, visitou o Brasil logo após a morte de Roberto 
Gómez Bolaños e chorou a perda do amigo no “The Noite”, talk show do SBT. 
Na visita mais recente ao país, em outubro, criticou as brigas no elenco e lamentou 
o reencontro dos atores, ideia proposta por Florinda Meza, não ter acontecido 
quando Bolaños ainda estava vivo.
Curiosidades
O nome verdadeiro de Chaves nunca foi revelado, pois todas as vezes que
 ele tentava falar era interrompido (o apelido original “El Chavo” pode ser
 traduzido livremente como “O Menino”).A personagem de Angelines Fernández,
a Bruxa do 71, era assim chamada pois começou a trabalhar em 1971 com Roberto
 Bolaños. Foi esse também o motivo da escolha do número de seu apartamento,
para que o apelido fizesse sentido. A atriz faleceu em 1994.
Maria Antonieta de las Nieves (Chiquinha) ficou grávida em 1974 e por isso se
 afastou da série. Nos episódios em que a personagem não estava presente,
 a desculpa dada na trama era que ela tinha ido morar com as tias no interior.
Carlos Villagrán (Quico) recebeu uma proposta para trabalhar em um seriado
na Venezuela. Os últimos episódios nos quais ele estava presente são os
 de Acapulco. A justificativa dada para a saída dele no programa era a de que
 Quico iria morar com uma madrinha.
O sr. Barriga mora na Rua Baleia, esquina com a rua Cachalote, na vila dos
Elefantes.O ator que interpretava Godinez era o irmão de Roberto Bolaños,
Horácio Bolaños, que faleceu vítima de infarto em 1999.As últimas palavras
 ditas de Ramón Valdez (Seu Madruga) para Edgar Vivar (sr. Barriga) foram:
“Viu? Não paguei o aluguel!”.
Carlos Villagrán (Quico) contou que quando foi visitar Ramón no hospital estava
 muito triste, e o ator que interpretava o Seu Madruga disse para ele se acalmar
, pois eles iriam se encontrar “lá”. Carlos perguntou se iriam se encontrar no
céu, e Ramón brincou: “Não, no inferno”.
A ideia do famoso “Ta ta ta ta ta” do Professor Girafales, segundo o ator Rubén
Aguirre, vem de um professor de sua infância chamado Celayo Rodríguez.

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